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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Estações Ferroviárias

domingo, 27 de fevereiro de 2011
JARDINÓPOLIS, O VESÚVIO E OS POLÍTICOS


A estação de Jardinópolis - a velha - no dia da viagem do último trem da FEPASA no ramal de Igarapava, em 9 de maio de 1979 - Foto: José Carlos de Oliveira. Hoje já não existem os trilhos por lá.
A notícia divulgada ontem no jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, mostra que a estação ferroviária de Jardinópolis (a velha, de 1899, que fica no centro da cidade e que foi desativada em 1979) está sendo totalmente descaracterizada pelos ilustres vereadores do município, para reformarem a câmara municipal (com c e m pequenos, mesmo). A notícia diz: "Jardinópolis: Obra esconde fachada com 111 anos de história. Prédio que pertencia à Mogiana e onde funciona a Câmara passa por transformação polêmica para ganhar espaço. Moradores se mobilizam e levam caso ao Ministério Público". Cássio Ruas de Moraes enviou um e-mail para mim e comentou: "Inacreditável! Estão fazendo um ´puxado´ em toda a fachada da estação que dá para a praça, de ponta a ponta. Um paredão de tijolos baianos sem janelas, horrível sob todos os aspectos. Nem pensar em respeito, estilo, sensibilidade, etc. A desculpa dos responsáveis: esse prédio não é nem tombado pelo patrimônio histórico!"

Mas como podem vereadores tomar uma decisão dessas com um prédio dessa idade e com características típicas da Mogiana nessa época? Quer dizer que já que não é tombado, pode-se fazer qualquer coisa com construções que representam uma época? Senhores, o tombamento é algo meramente simbólico! Espero que realmente a população esteja se mobilizando para - desculpem a expressão - ferrar com esses caras!

Infelizmente, porém, a Líbia não é aqui! Não me interpretem mal: digo isto falando do povo líbio e não de seus governantes. Povo que se levanta com indignação ante uma situação absurda que os prejudica. No Brasil, isso praticamente não existe. Somos pacíficos e engolimos goela abaixo qualquer coisa.

Que diria Silva Jardim, um infeliz senhor que morreu no final do século XIX - e por isso teve o seu nome servido como inspiração para o novo nome da cidade de Ilha Grande (sim, sempre digo, mudar nome para que? Mas, já que mudaram...). Silva Jardim, que morreu porque caiu - ou se jogou - dentro da cratera do vulcão Vesúvio, em Nápolis - ficaria indignado mais de cem anos depois com os pífios políticos que lá se instalaram. Já não bastava morte tão estúpida, tem de aguentar a estupidez dos políticos de uma cidade que recebeu parte de seu nome.


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