A versão do circo como conhecemos - com picadeiro, lona, números com animais - é recente e foi criada pelo suboficial inglês Philip Astley, por volta de 1770, que montou um espetáculo eqüestre que contava com saltadores e palhaços.
Não entraremos no mérito da origem do Circo, procuraremos, portanto, apresentar alguns exemplos que mais se prolongaram como espetáculos circenses ao longo da história da humanidade.
O Coliseu de Roma, um anfiteatro reconstruído pelo imperador romano Júlio César, por volta dos anos 40 a.C., onde cabiam 87 mil espectadores, atraídos pelas mais variadas atrações, tais como: homens louros das regiões nórdicas, animais exóticos, engolidores de fogo, e posteriormente gladiadores que lutavam até a morte - a atração mais esperada pelo público do Coliseu.
A luta entre os gladiadores no Coliseu começou com o reinado de Nero (ano 54 a 68 da era cristã), era a instituição no Império Romano do chamado "panis et circense" (pão e circo), que tinha por objetivo dar ao povo comida e diversão, para que estes não clamassem por mudanças ou melhorias que poderiam abalar as bases do Império Romano.
As touradas na Espanha, uma prática que teve origem em Creta, onde o objetivo era domar e matar touros enfurecidos pelos gritos e pelos golpes de espadas aplicados pelos toureiros.
A arte acrobática na China, utilizada em um torneio chamado "A batalha contra Chi-hu" (Chi-hu equivalente a chefe de tribo), que consistia em um exercício de batalha, com participantes portando chifres nas cabeças, lançando-se uns contra os outros em grupo de dois ou três. Conhecido como o "jogo das cabeçadas" na era do imperador Wu, da dinastia Han (220-206 a. C.), transformou-se e passou a chamar-se Pai-Hsi (os cem espetáculos). A encenação evoluiu e tomou a forma de espetáculos anuais, conhecidos como o Festival da Primeira Lua. Que ganhou novos números com o passar do tempo.
No Brasil, "o maior espetáculo da Terra" tem origens tão diversas, quanto dissonantes; consenso mesmo só existe no fato de se admitir que houve uma chamada "Idade do Ouro", que segundo Omar Eliott, diretora da Escola Nacional de Circo no Rio de Janeiro durante o século XIX, os grandes circos estrangeiros vinham para cá aproveitando momentos econômicos favoráveis, como o ciclo da cana-de-açúcar, o "boom" da borracha e a ascensão do café, tomados como exemplos.
Os circos chegaram a ter entre seus espectadores, gente da nobreza e até mesmo imperadores.
Acredita-se que, com as constantes perseguições aos ciganos na Península Ibérica, muitos tenham chegado ao Brasil e entre suas atividades incluíam-se o adestramento de animais selvagens, o ilusionismo e as exibições com cavalos, conforme relata a pesquisadora Alice Viveiros de Castro, que afirma "sempre houve ligação dos ciganos com o circo".
Atualmente, a grande maioria dos circos não usa mais animais em seus espetáculos, passou a contar com números mais ousados, primando pela encenação e pela profissionalização de seus componentes, com objetivo de competir com cinemas, teatros e outras formas de entretenimento.
Fonte: www.brasilcultura.com.br
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