sinal verde
Tesouro a céu aberto
Reciclados, os carros do pátio valem 110 000 reais
[img1]Constantemente abarrotados, os pátios dos Departamentos de Trânsito (Detrans) do Brasil acumulam valores consideráveis, verdadeiros títulos resgatáveis caso os veículos que se amontoam ali fossem reciclados. Segundo empresas do setor, um carro de 900 kg pode render 630 kg de sucata ferrosa, material muito procurado por siderúrgicas. Isso significa que cada unidade pode valer 283 reais. Não está incluído aí o valor do alumínio, que representa 8% de um carro e pode chegar a 2 000 reais a tonelada. Para se ter uma ideia, há 100 000 veículos apreendidos apenas no estado de São Paulo. Em fevereiro, o governo paulista anunciou que pretende reciclá-los até o fim do ano. São reaproveitáveis os clonados, adulterados, abandonados, acidentados e irrecuperáveis.
Apesar do potencial, só 1,5% da frota que sai de circulação é reciclada, segundo dados do sindicato do setor. E, se depender do governo federal, nossa situação não vai mudar tão cedo. No fim de janeiro, a presidente Dilma Roussef vetou o projeto de lei que regulamentava os requisitos para a desmontagem de veículos. Segundo José Ramalho, diretor do Cesvi Brasil, se aprovada, a medida incentivaria a regulamentação de desmanches e o reaproveitamento de material. Segundo o Planalto, o projeto foibarrado porque não havia parâmetros técnicos suficientes. Para especialistas, o temor era de que, mesmo legalizados, alguns ferros-velhos continuassem a receber peças roubadas, como ocorre hoje.
Sem uma medida federal, hoje os carros podem ter dois destinos: os desmanches, onde são depenados e as carcaças, vendidas como sucatas; ou acabam empilhados em depósitos dos Detrans. Em alguns casos, leilões são promovidos e empresas de reciclagem se encarregam de transformá-los em materiais para a siderurgia.
O único estado com uma lei específica é o Rio Grande do Sul. Desde 2009, 3 890 veículos foram reciclados. “Compactamos todos e vendemos o material a 19 centavos o quilo”, diz o presidente do Detran- RS, Alessandro Barcellos. Atualmente, 24% do total da produção de aço no país provém de sucata, pois ele é sempre reaproveitável. “Se houvesse incentivos à renovação da frota e à reciclagem, esse número poderia ser bem maior”, diz Cristina Yuan, superintendente do Instituto Aço Brasil.
“E não dependeríamos tantoda extração de minério de ferro.” A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) pretende apresentar ao Denatran um projeto para regulamentar o reaproveitamento dos carros no país.
Veja abaixo, detalhes da reciclagem de veículos em Porto Alegre
[img1]Constantemente abarrotados, os pátios dos Departamentos de Trânsito (Detrans) do Brasil acumulam valores consideráveis, verdadeiros títulos resgatáveis caso os veículos que se amontoam ali fossem reciclados. Segundo empresas do setor, um carro de 900 kg pode render 630 kg de sucata ferrosa, material muito procurado por siderúrgicas. Isso significa que cada unidade pode valer 283 reais. Não está incluído aí o valor do alumínio, que representa 8% de um carro e pode chegar a 2 000 reais a tonelada. Para se ter uma ideia, há 100 000 veículos apreendidos apenas no estado de São Paulo. Em fevereiro, o governo paulista anunciou que pretende reciclá-los até o fim do ano. São reaproveitáveis os clonados, adulterados, abandonados, acidentados e irrecuperáveis.
Apesar do potencial, só 1,5% da frota que sai de circulação é reciclada, segundo dados do sindicato do setor. E, se depender do governo federal, nossa situação não vai mudar tão cedo. No fim de janeiro, a presidente Dilma Roussef vetou o projeto de lei que regulamentava os requisitos para a desmontagem de veículos. Segundo José Ramalho, diretor do Cesvi Brasil, se aprovada, a medida incentivaria a regulamentação de desmanches e o reaproveitamento de material. Segundo o Planalto, o projeto foibarrado porque não havia parâmetros técnicos suficientes. Para especialistas, o temor era de que, mesmo legalizados, alguns ferros-velhos continuassem a receber peças roubadas, como ocorre hoje.
Sem uma medida federal, hoje os carros podem ter dois destinos: os desmanches, onde são depenados e as carcaças, vendidas como sucatas; ou acabam empilhados em depósitos dos Detrans. Em alguns casos, leilões são promovidos e empresas de reciclagem se encarregam de transformá-los em materiais para a siderurgia.
O único estado com uma lei específica é o Rio Grande do Sul. Desde 2009, 3 890 veículos foram reciclados. “Compactamos todos e vendemos o material a 19 centavos o quilo”, diz o presidente do Detran- RS, Alessandro Barcellos. Atualmente, 24% do total da produção de aço no país provém de sucata, pois ele é sempre reaproveitável. “Se houvesse incentivos à renovação da frota e à reciclagem, esse número poderia ser bem maior”, diz Cristina Yuan, superintendente do Instituto Aço Brasil.
“E não dependeríamos tantoda extração de minério de ferro.” A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) pretende apresentar ao Denatran um projeto para regulamentar o reaproveitamento dos carros no país.
Veja abaixo, detalhes da reciclagem de veículos em Porto Alegre
Constantemente abarrotados, os pátios dos Departamentos de Trânsito (Detrans) do Brasil acumulam valores consideráveis, verdadeiros títulos resgatáveis caso os veículos que se amontoam ali fossem reciclados. Segundo empresas do setor, um carro de 900 kg pode render 630 kg de sucata ferrosa, material muito procurado por siderúrgicas. Isso significa que cada unidade pode valer 283 reais. Não está incluído aí o valor do alumínio, que representa 8% de um carro e pode chegar a 2 000 reais a tonelada. Para se ter uma ideia, há 100 000 veículos apreendidos apenas no estado de São Paulo. Em fevereiro, o governo paulista anunciou que pretende reciclá-los até o fim do ano. São reaproveitáveis os clonados, adulterados, abandonados, acidentados e irrecuperáveis.
Apesar do potencial, só 1,5% da frota que sai de circulação é reciclada, segundo dados do sindicato do setor. E, se depender do governo federal, nossa situação não vai mudar tão cedo. No fim de janeiro, a presidente Dilma Roussef vetou o projeto de lei que regulamentava os requisitos para a desmontagem de veículos. Segundo José Ramalho, diretor do Cesvi Brasil, se aprovada, a medida incentivaria a regulamentação de desmanches e o reaproveitamento de material. Segundo o Planalto, o projeto foibarrado porque não havia parâmetros técnicos suficientes. Para especialistas, o temor era de que, mesmo legalizados, alguns ferros-velhos continuassem a receber peças roubadas, como ocorre hoje.
Sem uma medida federal, hoje os carros podem ter dois destinos: os desmanches, onde são depenados e as carcaças, vendidas como sucatas; ou acabam empilhados em depósitos dos Detrans. Em alguns casos, leilões são promovidos e empresas de reciclagem se encarregam de transformá-los em materiais para a siderurgia.
O único estado com uma lei específica é o Rio Grande do Sul. Desde 2009, 3 890 veículos foram reciclados. “Compactamos todos e vendemos o material a 19 centavos o quilo”, diz o presidente do Detran- RS, Alessandro Barcellos. Atualmente, 24% do total da produção de aço no país provém de sucata, pois ele é sempre reaproveitável. “Se houvesse incentivos à renovação da frota e à reciclagem, esse número poderia ser bem maior”, diz Cristina Yuan, superintendente do Instituto Aço Brasil.
“E não dependeríamos tantoda extração de minério de ferro.” A Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) pretende apresentar ao Denatran um projeto para regulamentar o reaproveitamento dos carros no país.
Veja abaixo, detalhes da reciclagem de veículos em Porto Alegre
Fotos: Marcos Camargo
Porto Alegre conta com cerca de 400 carros à espera da reciclagem |
Após serem compactados, são vendidos por 19 centavos o quilo |
Na siderúrgica, o material passa pela trituradora e vira sucata ferrosa |
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