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domingo, 24 de abril de 2011

Os filhos do guaraná

17/4/2011 - Povos indígenas do Brasil

Os filhos do guaraná



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O passeio pelo Rio Ariaú, afluente do Rio Negro, no Amazonas, mostram margens de vegetação exuberante, que abrigam várias formas de vida. Revelam também o modo de viver dos ribeirinhos.

Em meia hora se chega à terra dos Sateré-Mawé. Para anunciar a chegada na Aldeia Sahu-Ape, que significa "Casco de Tatu", é preciso bater na Sapopema. É a campainha da floresta. Logo aparece Vovoré, que finge se esconder,que nos leva até a farmácia da Aldeia, onde está o futuro Pajé, Sahu.

"Aqui é breu. A gente faz o ritual da defumação. Se acredita que quando uma pessoa deseja mal para a outra, o desejo fica no corpo e no espírito então com quatro tipos de breu diferentes e com mais sessenta tipos de raízes se faz um pó que se joga no fogo para fumaçar e limpar o corpo e espírito", conta Sahu.

Pajé Mulher não é muito comum. Baku nem queria ser, porque trabalha demais. Mas fica feliz quando vê alguém curado. Ela conta que a terra indígena é pequena para as cerca de quarenta pessoas que vivem na Aldeia, e que a cidade está encostando nela. "Nós aqui preservamos muito a floresta. Mas tem muitos que vem e derrubam.A minha luta é com esse povo pescador que vem para matar. Eu tô sempre lá - não mexe, deixa aí. Também derrubam para tirar pau. A nossa luta é essa, por causa do ar - que se desmatar tudo vai ficar mais calor do que já tá" conclui.

Os Sateré Maué vivem principalmente do artesanato. E mantém rituais como o da Tocandeira. Na passagem da adolescência para a vida adulta os meninos colocam a mão numa luva como esta e aguentam as picadas das formigas. A prova de coragem faz os novos guerreiros. Os Sateré Mawé foram os inventores da cultura do Guaraná, domesticando a trepadeira nativa da Amazônia que hoje é produto de exportação.


Editora-Chefe: Vera Diegoli. Reportagem:Cláudia Tavares.

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