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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Debate: Resíduos Sólidos

A gestão de resíduos sólidos é uma das questões ambientais mais atuais e complexas: poluição, contaminação do solo, recursos hídricos, animais, plantas, saúde humana; direitos dos catadores, modus operandi da indústria, falta de investimento para coleta de produtos tóxicos, responsabilidade indefinida sobre os resíduos, iniciativas e setor de reciclagem desarticulados, comunidades humanas vivendo nos e dos lixões.
Desde os primórdios de sua primeira revolução, o mundo industrial preocupou-se somente com a primeira fase do ciclo de vida de seus produtos: obtenção de matéria-prima, produção e consumo. E o pós? O volume de lixo doméstico gerado só aumenta, assim como sua complexidade: além dos orgânicos, papéis e derivados de celulose, plásticos, metais e vidros há medicamentos, eletroeletrônicos, óleos, absorventes, embalagens compostas etc. E se os materiais são diferentes, os processos de coleta e reciclagem também o são.

Tendo em vista a urgência do tema, a campanha Limpa Brasil Let’s Do It! tem por objetivo mobilizar a sociedade brasileira na conscientização, viabilização de iniciativas e cobrança aos Poderes Públicos por soluções. Assim como foi realizado com sucesso na Estônia, e replicado mundo afora, este movimento chega ao Brasil com o intuito maior de limpar as cidades e mudar a postura da população frente ao lixo que produzimos.
No Brasil, segundo último estudo do IBGE, aproximadamente 64% dos municípios depositam seus resíduos em lixões a céu aberto e sem nenhum tratamento, sendo que somente 14% possuem aterros sanitários. Coleta seletiva? Quase 8% dos municípios dizem ter. Segundo relatório da ONU sobre gestão de resíduos eletrônicos, o Brasil é o maior produtor per capita entre os países emergentes e já foi apontado por estudo da Coalização do Vale do Silício para Tóxicos como destino certo de remessas ilegais do tóxico lixo tecnológico. Desafios semelhantes são enfrentados por toda a América Latina.
Depois de vergonhosas duas décadas, a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi finalmente sancionada e estabelece uma série de mecanismos reconhecidos internacionalmente como eficazes na gestão de resíduos sólidos como: metas graduais, estudos periódicos, modelo de responsabilidade compartilhada, linha de financiamento para a reciclagem e melhorias das condições de trabalho dos catadores. Entretanto, falta definir como e quando serão implementadas, estudadas e ajustadas essas ferramentas jurídicas.
O momento político é de busca por definições e propício para o debate de questões que afetam terrivelmente toda a sociedade. Enquanto isso, continuamos sem uma solução clara de como descartar adequadamente seu lixo. A definição de como lidaremos com os resíduos, se como problema ou oportunidade, definirá nosso futuro ambiental. Sem a população informada, sistema de coleta, reciclagem e descarte adequados será um velho disfarçado de novo. De novo?
O debate urge e será aberto à participação no IV Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade. Qual gestão de resíduos sólidos teremos? Como serão definidos os deveres na “responsabilidade compartilhada”? Como será a integração com nossos vizinhos latino-americanos? Qual é o plano de resgate para as comunidades humanas que vivem nos lixões? E como as cooperativas de catadores serão integradas no sistema de coleta?
A sociedade civil tem de se fazer ouvida. Quer ajudar e não sabe como? Inscreva-se e participe do Limpa Brasil! Tem alguma proposta, solução, crítica, sugestão? Conhece iniciativas, apoia movimentos? Faça públicas suas dúvidas no Debate sobre Resíduos Sólidos no IV Fórum de Comunicação e Sustentabilidade. Pensar globalmente e agir localmente nunca esteve tão acessível.




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