João Mattar |
Li mais um artigo (curto) no Read/Write Web que gostaria de comentar por aqui: Creative Entrepreneurs: The Next Masters of the Universe. Na verdade vou praticamente resumir, ao mesmo tempo em que comento algumas passagens.Por décadas os financiadores foram os Mestres do Universo, como os commodities traders, os forex traders, os bond traders, os venture capitalists, os Private Equity (PE) e Hedge Funds.
Mas neste momento da história, o poder está se movendo para os empreendedores criativos, ou seja, pessoas criativas, como desenvolvedores, músicos, atores, cientistas, escritores etc. É profunda a tendência que transforma pessoas criativas em empreendedores, com fortes implicações disruptivas e destrutivas para as grandes empresas. E a Internet, é claro, desempenha um papel essencial nessa tendência. Eis alguns exemplos da mudança:
* Radiohead decide vender suas músicas online, ignorando as empresas que dominam as vendas de músicas e até mesmo os novos iTunes e Amazon. Provavelmente outros músicos seguirão o mesmo destino.
* Desenvolvedores de software que não precisam mais passar pelos Vice-Presidentes ou Diretores de Tecnologia.
* Pessoas que querem chamar a atenção para elas, para seus produtos ou serviços também não precisam mais contratar empresas de relações públicas para fazer com que os jornalistas as enxerguem.
* Em Hollywood, observa-se uma mudança dos estúdios para os atores e diretores, e o caminho do YouTube ao Sundance (e alternativas) deu origem a uma rede crescente de cinema independente.
* Para autores, a rejeição por parte das editoras torna-se menos deprimente já que é possível publicar a si próprio utilizando o Lulu.
* Para os empreendedores, os venture capitalists não são mais imprescindíveis, já que os custos para começar um negócio são bem mais baixos, a infraestrutura pode ser pagar conforme você cresce e há investidores prontos para entrar no negócio quando você precisa de escala. Um outro artigo no Read/Write Web abordou esse assunto: ao contrário do passado, há cada vez mais espaço no mercado para pequenos investidores e pequenos investimentos, mais ágeis e flexíveis. Assim, as grandes empresas precisam repensar seus papéis neste novo jogo no mercado de tecnologia.
Conclusão? O poder está se movendo para as Pessoas Criativas. Você pode terceirizar quase tudo, mas não a criatividade. Mais importante ainda, vocês pode usar múltiplos fornecedores especialistas numa rede, em vez de ficar dependente de uma empresa grande que faça tudo para levá-lo ao mercado. Quando você considera os novos trabalhadores do conhecimento em países em desenvolvimento, você tem uma fórmula que mantém os preços baixos e os termos desses serviços muito razoáveis.
E para nós? Se pensamos na educação, e mais particularmente em EaD, a idéia de que “big is beautiful again”, de que teremos um McDonalds ou um Blockbuster de produção de conteúdo, que já discutimos por aqui, parece não ser a tendência. E o aututor, o docente online independente etc. parecem representar justamente essa tendência.
No ABC da EaD discutimos um pouco o poder das tecnologias disruptivas, como a Internet, no novo cenário da educação e particularmente da EaD.
*Publicado originalmente no site De Mattar
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