Possibilidade de danos às praias da região preocupa ambientalistas; Angra teme perder receita para novo terminal
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RIO - A construção de um megaempreendimento na área petrolífera, que já está sendo chamado de Porto do Pré-Sal e poderá ser erguido em Jaconé, distrito de Maricá, com recursos privados e apoio do governo do estado e da prefeitura local, está no centro de uma polêmica envolvendo ambientalistas. Eles temem danos às praias da região. Além disso, o assunto mobiliza o município de Angra dos Reis, que teme perder parte de sua receita caso o projeto saia do papel. Enquanto Maricá luta pela construção do Terminal Ponta Negra (TPN), orçado em R$ 5,4 bilhões, Angra dos Reis defende que o Terminal da Baía da Ilha Grande (Tebig), em seu território, seja ampliado, a um custo de R$ 2 bilhões.
Ambientalistas vão fazer manifestação no sábado
Os dois projetos, o de Angra e o de Maricá, incluem investimentos em tecnologia moderna contra vazamentos de óleo. A previsão é que o novo porto tenha capacidade para receber por dia 850 mil barris de petróleo, 40% da produção do país. Preocupados, ambientalistas, moradores, veranistas e surfistas contrários ao empreendimento vão fazer uma manifestação no sábadp na Praia de Jaconé. De mãos dadas, eles vão dar um abraço simbólico na praia.
— As praias da Reserva e do Sossego são berçários de baleias jubarte e golfinhos. Somos contra o porto porque ele vai agredir não somente as praias, mas a vegetação de restinga — disse o diretor de Meio Ambiente da Associação de Moradores de Jaconé, Jorge Murilo Rodrigues de Moraes.
Secretários terão que explicar empreendimento
Os secretários estaduais do Ambiente, Carlos Minc, e de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno, foram convocados para explicar o projeto do megaporto na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. O objetivo da DTA Engenharia, responsável pelo projeto, é inaugurar o empreendimento em 2015, junto com o Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj).
— O Tebig existe em Angra dos Reis há 40 anos sem registro de acidentes — disse o deputado federal Fernando Jordão (PMDB-RJ), ex-prefeito de Angra e autor da convocação dos secretários. — Os navios e plataformas que ficam fundeados perto da Lagoa Azul não têm nada a ver com o Tebig. São embarcações que estão ali, com licença do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), para reparos no estaleiro Brasfels. Os navios da Transpetro ficam fundeados na Ponta do Acaiá, na direção do oceano.
A polêmica levou vereadores, secretários municipais, deputados, sindicalistas, empresas e associações de moradores a se reunirem no início da semana, na Câmara de Angra, onde foi lançado o movimento "O Tebig é nosso", com apoio do prefeito Tuca Jordão.
— A Petrobras garante que o Tebig não vai fechar, mesmo que outro terminal seja construído. Mas, a partir do momento em que a Petrobras decide que não vai mais ampliar, o Tebig está fadado a fechar — disse Jordão.
Minc: porto não será ampliado para preservar baía
Minc disse que o veto à duplicação do Tebig é uma decisão conjunta das secretarias do Ambiente e de Desenvolvimento Econômico, com aval do governador Sérgio Cabral. Segundo Minc, ainda não chegou à sua secretaria o pedido de licenciamento do porto de Maricá.
— Não vamos retirar o Tebig de Angra, mas não deixaremos duplicar o número de petroleiros navegando na baía mais preservada do Rio (a da Ilha Grande). Não vamos permitir que a Baía da Ilha Grande fique igual às baías da Guanabara e de Sepetiba, que estão totalmente degradadas — disse Minc.
O prefeito de Maricá, Washington Quá Quá, disse que foi a prefeitura que procurou investidores para construir o porto em Jaconé. Ele disse que o desemprego é o maior problema da cidade e que o complexo vai gerar quatro mil postos de trabalho diretos e 12 mil indiretos. O município contratou uma empresa para fazer o estudo de impacto ambiental, que deve ficar pronto até julho. Washington negou que o porto terá impacto no litoral de Maricá:
— É mentira que Jaconé seja berçário de baleias. Elas procuram áreas abrigadas no litoral de todo o Brasil. Do ponto de vista ambiental, é mais lógico construir um porto em mar aberto do que numa baía, como é o caso de Angra.
Ambientalistas vão fazer manifestação no sábado
Os dois projetos, o de Angra e o de Maricá, incluem investimentos em tecnologia moderna contra vazamentos de óleo. A previsão é que o novo porto tenha capacidade para receber por dia 850 mil barris de petróleo, 40% da produção do país. Preocupados, ambientalistas, moradores, veranistas e surfistas contrários ao empreendimento vão fazer uma manifestação no sábadp na Praia de Jaconé. De mãos dadas, eles vão dar um abraço simbólico na praia.
— As praias da Reserva e do Sossego são berçários de baleias jubarte e golfinhos. Somos contra o porto porque ele vai agredir não somente as praias, mas a vegetação de restinga — disse o diretor de Meio Ambiente da Associação de Moradores de Jaconé, Jorge Murilo Rodrigues de Moraes.
Secretários terão que explicar empreendimento
Os secretários estaduais do Ambiente, Carlos Minc, e de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno, foram convocados para explicar o projeto do megaporto na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. O objetivo da DTA Engenharia, responsável pelo projeto, é inaugurar o empreendimento em 2015, junto com o Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj).
— O Tebig existe em Angra dos Reis há 40 anos sem registro de acidentes — disse o deputado federal Fernando Jordão (PMDB-RJ), ex-prefeito de Angra e autor da convocação dos secretários. — Os navios e plataformas que ficam fundeados perto da Lagoa Azul não têm nada a ver com o Tebig. São embarcações que estão ali, com licença do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), para reparos no estaleiro Brasfels. Os navios da Transpetro ficam fundeados na Ponta do Acaiá, na direção do oceano.
A polêmica levou vereadores, secretários municipais, deputados, sindicalistas, empresas e associações de moradores a se reunirem no início da semana, na Câmara de Angra, onde foi lançado o movimento "O Tebig é nosso", com apoio do prefeito Tuca Jordão.
— A Petrobras garante que o Tebig não vai fechar, mesmo que outro terminal seja construído. Mas, a partir do momento em que a Petrobras decide que não vai mais ampliar, o Tebig está fadado a fechar — disse Jordão.
Minc: porto não será ampliado para preservar baía
Minc disse que o veto à duplicação do Tebig é uma decisão conjunta das secretarias do Ambiente e de Desenvolvimento Econômico, com aval do governador Sérgio Cabral. Segundo Minc, ainda não chegou à sua secretaria o pedido de licenciamento do porto de Maricá.
— Não vamos retirar o Tebig de Angra, mas não deixaremos duplicar o número de petroleiros navegando na baía mais preservada do Rio (a da Ilha Grande). Não vamos permitir que a Baía da Ilha Grande fique igual às baías da Guanabara e de Sepetiba, que estão totalmente degradadas — disse Minc.
O prefeito de Maricá, Washington Quá Quá, disse que foi a prefeitura que procurou investidores para construir o porto em Jaconé. Ele disse que o desemprego é o maior problema da cidade e que o complexo vai gerar quatro mil postos de trabalho diretos e 12 mil indiretos. O município contratou uma empresa para fazer o estudo de impacto ambiental, que deve ficar pronto até julho. Washington negou que o porto terá impacto no litoral de Maricá:
— É mentira que Jaconé seja berçário de baleias. Elas procuram áreas abrigadas no litoral de todo o Brasil. Do ponto de vista ambiental, é mais lógico construir um porto em mar aberto do que numa baía, como é o caso de Angra.
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