Wilson Dias/ABr
Estragos causados pelas chuvas na região do Vale do Cuiabá, em Itaipava (RJ)
os mortos de janeiro
O que explica a violência das águas
A intensidade anormal das chuvas na região foi a principal causa da tragédia que vitimou a serra fluminense. Fatores como ocupação irregular do solo, despreparo das autoridades para reagir às circunstâncias e infraestrutura urbana deficiente contribuíram para a segunda maior catástrofe natural da história no Brasil
O PLANETA REAGE...1 - O aquecimento da superfície terrestre provoca deslocamentos cada vez mais intensos de ar e umidade pelo planeta. As consequências são episódios de seca e chuva de radicalidade inédita.
2 - Uma larga faixa de ar quente e úmido proveniente da Amazônia - fenômeno característico do verão conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul - originou nuvens extraordinariamente carregadas, que se concentraram numa área muito restrita da região serrana.
...E AS MONTANHAS NÃO AGUENTAM
1 - O maciço que cerca a região, com altitudes de até 2 000 metros, formou uma barreira de contenção que aprisionou as massas de ar em um único local.
2 - As nuvens se acumularam no alto das montanhas. A chuva atingiu as nascentes dos rios, que se encheram rapidamente e ganharam velocidade ao alcançar os vales, formando as chamadas cabeças-d’água.
3 - As encostas, compostas de uma camada fina de terra sobre um maciço rochoso, têm baixa capacidade de absorção. Encharcada, boa parte da terra se desprendeu do morro e deslizou.
4 - O sistema de drenagem urbana das cidades serranas é obsoleto. A ocupação desordenada do solo agrava o problema. É impossível escoar grandes quantidades de água.
O EFEITO TSUNAMI EM NOVA FRIBURGO
A inclinação das montanhas, que chega a 90 graus, levou a correnteza de lama a atingir 150 km/h - velocidade comparável à de uma avalanche.
Calcula-se que, num único deslizamento, mais de 1 000 toneladas de lama tenham avançado sobre ruas e casas.
Nessas condições, a massa de terra e água é capaz de arrastar objetos de até 80 toneladas. A energia produzida pelo impacto do deslizamento sobre as casas pode ser comparada à dos dois aviões que atingiram o World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001.
ÁGUAS QUE CASTIGAM
Em um único dia, a cidade de Nova Friburgo, onde a chuva foi mais intensa, registrou mais da metade do volume de chuvas previsto para o mês inteiro.
VEJA INFOGRÁFICO DETALHADO AQUI
GRANDES CATÁSTROFES PROVOCADAS PELA CHUVA
1967 - Rio de Janeiro
Mortos: 1 000
Desabrigados: 5 000
1967 - Caraguatatuba/SP
Mortos: 436
Desabrigados: 3 000
1987 - Rio de Janeiro
Mortos: 292
Desabrigados: 20 000
2008 - Santa Catarina
Mortos: 135
Desabrigados: 54 000
2010 - Rio de Janeiro
Mortos: 283
Desabrigados: 11 000
*Com reportagem de Helena Borges, Adriana Dias Lopes, Laura Ming, Carolina Romanini e Fernando Mello
Fontes: Felipe Farias (CPTEC/Inpe), João Willy Rosa (Instituto de Geociências - UNB), Marcelo Barbio (CPTEC/Inpe), Marcelo Motta (Serviço Geológico do Estado-RJ), Mario Thadeu Leme de Barros (USP), Paloma Arantes (especialista em estudos do clima), Paulo Canedo (Laboratório Hidrologia - Coppe-UFRJ), Ronaldo Fogo (USP), Tarcísio Castro (UFRJ) e Instituto Nacional de Meteorologiaos mortos de janeiro
O que explica a violência das águas
A intensidade anormal das chuvas na região foi a principal causa da tragédia que vitimou a serra fluminense. Fatores como ocupação irregular do solo, despreparo das autoridades para reagir às circunstâncias e infraestrutura urbana deficiente contribuíram para a segunda maior catástrofe natural da história no Brasil
O PLANETA REAGE...1 - O aquecimento da superfície terrestre provoca deslocamentos cada vez mais intensos de ar e umidade pelo planeta. As consequências são episódios de seca e chuva de radicalidade inédita.
2 - Uma larga faixa de ar quente e úmido proveniente da Amazônia - fenômeno característico do verão conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul - originou nuvens extraordinariamente carregadas, que se concentraram numa área muito restrita da região serrana.
...E AS MONTANHAS NÃO AGUENTAM
1 - O maciço que cerca a região, com altitudes de até 2 000 metros, formou uma barreira de contenção que aprisionou as massas de ar em um único local.
2 - As nuvens se acumularam no alto das montanhas. A chuva atingiu as nascentes dos rios, que se encheram rapidamente e ganharam velocidade ao alcançar os vales, formando as chamadas cabeças-d’água.
3 - As encostas, compostas de uma camada fina de terra sobre um maciço rochoso, têm baixa capacidade de absorção. Encharcada, boa parte da terra se desprendeu do morro e deslizou.
4 - O sistema de drenagem urbana das cidades serranas é obsoleto. A ocupação desordenada do solo agrava o problema. É impossível escoar grandes quantidades de água.
O EFEITO TSUNAMI EM NOVA FRIBURGO
A inclinação das montanhas, que chega a 90 graus, levou a correnteza de lama a atingir 150 km/h - velocidade comparável à de uma avalanche.
Calcula-se que, num único deslizamento, mais de 1 000 toneladas de lama tenham avançado sobre ruas e casas.
Nessas condições, a massa de terra e água é capaz de arrastar objetos de até 80 toneladas. A energia produzida pelo impacto do deslizamento sobre as casas pode ser comparada à dos dois aviões que atingiram o World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001.
ÁGUAS QUE CASTIGAM
Em um único dia, a cidade de Nova Friburgo, onde a chuva foi mais intensa, registrou mais da metade do volume de chuvas previsto para o mês inteiro.
VEJA INFOGRÁFICO DETALHADO AQUI
GRANDES CATÁSTROFES PROVOCADAS PELA CHUVA
1967 - Rio de Janeiro
Mortos: 1 000
Desabrigados: 5 000
1967 - Caraguatatuba/SP
Mortos: 436
Desabrigados: 3 000
1987 - Rio de Janeiro
Mortos: 292
Desabrigados: 20 000
2008 - Santa Catarina
Mortos: 135
Desabrigados: 54 000
2010 - Rio de Janeiro
Mortos: 283
Desabrigados: 11 000
*Com reportagem de Helena Borges, Adriana Dias Lopes, Laura Ming, Carolina Romanini e Fernando Mello
Fontes: Felipe Farias (CPTEC/Inpe), João Willy Rosa (Instituto de Geociências - UNB), Marcelo Barbio (CPTEC/Inpe), Marcelo Motta (Serviço Geológico do Estado-RJ), Mario Thadeu Leme de Barros (USP), Paloma Arantes (especialista em estudos do clima), Paulo Canedo (Laboratório Hidrologia - Coppe-UFRJ), Ronaldo Fogo (USP), Tarcísio Castro (UFRJ) e Instituto Nacional de Meteorologia O PLANETA REAGE...1 - O aquecimento da superfície terrestre provoca deslocamentos cada vez mais intensos de ar e umidade pelo planeta. As consequências são episódios de seca e chuva de radicalidade inédita.
2 - Uma larga faixa de ar quente e úmido proveniente da Amazônia - fenômeno característico do verão conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul - originou nuvens extraordinariamente carregadas, que se concentraram numa área muito restrita da região serrana.
...E AS MONTANHAS NÃO AGUENTAM
1 - O maciço que cerca a região, com altitudes de até 2 000 metros, formou uma barreira de contenção que aprisionou as massas de ar em um único local.
2 - As nuvens se acumularam no alto das montanhas. A chuva atingiu as nascentes dos rios, que se encheram rapidamente e ganharam velocidade ao alcançar os vales, formando as chamadas cabeças-d’água.
3 - As encostas, compostas de uma camada fina de terra sobre um maciço rochoso, têm baixa capacidade de absorção. Encharcada, boa parte da terra se desprendeu do morro e deslizou.
4 - O sistema de drenagem urbana das cidades serranas é obsoleto. A ocupação desordenada do solo agrava o problema. É impossível escoar grandes quantidades de água.
O EFEITO TSUNAMI EM NOVA FRIBURGO
A inclinação das montanhas, que chega a 90 graus, levou a correnteza de lama a atingir 150 km/h - velocidade comparável à de uma avalanche.
Calcula-se que, num único deslizamento, mais de 1 000 toneladas de lama tenham avançado sobre ruas e casas.
Nessas condições, a massa de terra e água é capaz de arrastar objetos de até 80 toneladas. A energia produzida pelo impacto do deslizamento sobre as casas pode ser comparada à dos dois aviões que atingiram o World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001.
ÁGUAS QUE CASTIGAM
Em um único dia, a cidade de Nova Friburgo, onde a chuva foi mais intensa, registrou mais da metade do volume de chuvas previsto para o mês inteiro.
VEJA INFOGRÁFICO DETALHADO
AQUI
Nenhum comentário:
Postar um comentário