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sábado, 28 de maio de 2011

Mulheres e o processo de Sustentabilidade da Amazônia Ocidental

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E de tanto pensar e falar em sustentabilidade, o mundo que precisa dar nome e definir as coisas explica o que significa sustentabilidade – “utilização dos recursos naturais de forma racional, para não exauri-los; criando continuamente oportunidades de preservação do meio ambiente capazes de propiciar às futuras gerações a possibilidade do uso dos mesmos recursos naturais existentes no tempo presente”.
A Amazônia não é apenas uma região rica em biodiversidade, que precisa ser preservada. A Amazônia não é o pulmão do mundo, como afirmam os menos informados. A Amazônia também não é um local onde há apenas entidades naturais, como rios, floresta, recursos minerais, fauna; um local somente para abrigar hotéis de selva, natureza exótica e fonte de pesquisa até para pesquisas à distância por pesquisadores que nunca estiveram na Amazônia.
A Amazônia é habitada por gente inteligente, onde há multiculturalidade e  sociodiversidade, ciência, tecnologia, inovação, biotecnologia e fome de conhecimentos tradicionais. A Amazônia é riqueza humana que busca diuturnamente compreender a fisiologia e os possíveis cenários pensados para a região.
O Polo Industrial de Manaus é o principal motor da economia da Amazônia Ocidental. De acordo co pesquisa realizada pela CIEAM em 2008, ocupando vagas nos polos eletroeletrônico, duas rodas, químico, metal-mecânico, relojoeiro, naval e outros, as mulheres representam aproximadamente 55% da mão de obra empregada, nos três níveis empresariais – estratégico, tático e operacional. Nas universidades, instituições de ensino superior em geral e institutos de pesquisas  localizadas na Amazônia, 40% dos professores e pesquisadores são mulheres.
Sabe-se ainda que, a participação das mulheres nas tomadas de decisão capazes de transformar o mundo é não somente histórica como universal e ontológica; o querer ser mais, vocação ontológica do ser humano, constitui-se em realidade prática na vida das mulheres desde que o mundo é mundo. Direta ou indiretamente, as decisões mais importantes no mundo, dito dos homens, têm sido das mulheres.
A natureza, o papel, a função, a coragem, a decisão e o amor de assumir-se mãe assemelha a mulher à terra, cujos mistérios de gestar, nutrir, prover e promover a perpetuação da espécie humana nada mais são do que a efetivação da vocação ontológica de querer ser mais; e a mulher é.
 A mulher não é o ser que equilibra o mundo; também não é o ser que harmoniza as relações diversas entre os seres humanos. A mulher é a representação da biodiversidade humana, porque reúne em um mesmo ser habilidades multivariadas e capacidades multifuncionais que lhe permite pensar e realizar diferentes atividades ao mesmo tempo, sem afastar-se do senso crítico, sem reduzir a qualidade dos resultados. A mulher reúne em si as potencialidades para o desenvolvimento de um mundo sustentável. Na Amazônia, por exemplo, o uso racional dos recursos naturais nas atividades produtivas, de modo a produzir bens e serviços sem exaurir esses recursos encontra-se em consonância com as práticas produtivas realizadas nas indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus. Indústrias que não degradam o meio ambiente e geram empregos e renda capazes de alterar a qualidade de vida dos habitantes da região há mais de 44 anos. Logo, o conceito de sustentabilidade precisa ser incorporado por aqueles que se relacionam com a Amazônia atrelado aos princípios do ganha-perde, e nesse caso a natureza tem sido a perdedora.
Se é assim que se compreende a sustentabilidade, então, na Amazônia, o papel da mulher não tem sido somente o de administrar a educação e a formação de crianças, jovens e adultos, incentivando-os à construção de criticidade contínua; porque é dessa formação e educação que surgirão os líderes capazes de transformar as relações entre as pessoas dentro da Amazônia e as relações entre a Amazônia e as pessoas que vivem fora da Amazônia. O papel da mulher é também sustentar a economia, liderar na educação, na pesquisa e no desenvolvimento socioeconômico da Região. Porque a sustentabilidade é processo que reúne um conjunto de atividades produtivas racionalmente desenvolvidas; privilegia os seres humanos e a natureza, para depois considerar os lucros e o aumento das riquezas.
Na Amazônia Ocidental, estão sob a administração de mulheres: o desenvolvimento socioeconômico regional através dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus; a direção do trânsito na capital do maior estado amazônico; a direção da instituição federal de ensino e pesquisa do estado do Amazonas; a gestão estadual do meio ambiente; a direção do amparo à pesquisa científica do Amazonas. Como sabemos que a Amazônia Ocidental tem sido sustentável, essa sustentabilidade é o resultado da significativa participação de mulheres nas tomadas de decisão.

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