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sábado, 28 de maio de 2011

O Rio por tintas estrangeiras

O Rio por tintas estrangeiras
'Bonito por natureza: Rio ontem e hoje' ocupa o Museu da Chácara do Céu até 19 de setembro
A Baía de Guanabara  (Crédito: Jaime Acioli)
 Entrada da Barra perto do alto-mar, 1820
Montanhas do Rio vistas de Niterói, 2009
Vista do Aqueduto do Rio de Janeiro, 1816
Aqueduto com a Rua Matacavalos (atual Rua do Riachuelo), 1820
A cidade fundada entre os morros Pão de Açúcar e Cara de Cão, que se tornaria capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, serviu durante séculos como porto seguro para comerciantes, aventureiros e artistas estrangeiros. Atraídos por missões culturais ou por ímpetos de coragem, nomes como R. P. Boys e Emeric Essex Vidal deixaram registradas suas passagens pela cidade carioca, em forma de belas pinturas. Alguns exemplos dessas telas podem ser conferidos na exposição Bonito por natureza: Rio ontem e hoje, que ocupa o Museu da Chácara do Céu até 19 de setembro.

A mostra traz em seu título uma homenagem à música de Jorge Ben Jor, País Tropical, e apresenta para o público o contraste entre antigas pinturas e novas fotos, tiradas pelos fotógrafos Jaime Acioli e Almir Reis. Ambos aceitaram o convite da curadora da mostra, Anna Paola Baptista: “Jaime fez todas as fotos exclusivamente, já que ele trabalhava com temáticas diferentes - fotos macro de elementos da natureza, enquanto Almir fotografou algumas obras especialmente para a mostra, mas trouxe também algumas obras anteriores porque já se enquadravam no espírito da exposição”, explica Anna Paola.

Rio Bucólico

As 22 pinturas em exposição pertencem ao acervo Brasiliana, uma parte da coleção de 22 mil peças reunidas por Castro Maya ao longo de 50 anos. Aquarelas, desenhos, litografia e guache foram algumas das técnicas utilizadas por pintores estrangeiros para retratar algumas das belas paisagens do Rio, como a entrada da Baía de Guanabara, o Aqueduto da Carioca, hoje conhecido como Arcos da Lapa, e o Pão de Açúcar.

Para escolher as peças em exposição, Anna Paola pesquisou entre os quase mil itens da coleção Brasiliana e usou diversos critérios: “O primeiro era manter todas as obras em papel, já que íamos contrapor fotografias. Com isso eliminamos as pinturas sobre tela. Depois pensei que era uma oportunidade de mostrar peças um pouco menos conhecidas. Nesse sentido eliminei os artistas como Debret, Rugendas, etc. Por outro lado eu queria aproveitar para expor o grande panorama circular de Emeric Essex Vidal, com mais de 5m de comprimento e, portanto, de difícil montagem. Ele não era visto no Museu da Chácara do Céu desde 1998.”

Ode ao Pão de Açúcar

Para comparar com os antigos registros, novas imagens apresentam as mudanças geográficas e urbanas da cidade. A lente do fotógrafo Jaime Acioli teve um alvo constante, o Morro do Pão de Açúcar. Segundo ele, foi uma forma de homenagear os pintores presentes na exposição: “Decidi fotografar somente o Pão de Açúcar por ser a porta de entrada dos viajantes que para cá vieram retratar as obras do acervo do Museu”, explica Jaime.

Já Almir Reis foca em um Rio mais moderno e contemporâneo, retratando o dia a dia da cidade: “Me aprofundei na arte da fotografia como um meio de expressão artística, usando e abusando da computação gráfica, multiplicando imagens com cores surreais e fazendo uma nova linguagem do que estamos acostumados a ver” , relata Reis, sobre seu processo de trabalho.

Confira mais informações em Programação Cultural.


Colaboração de Gustavo Durán


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